Filho de Araçuai cobra explicações sobre obras de asfaltamento da BR-367

Conta a lenda que um  beija-flor,ao se deparar com um incêndio que destruía a floresta, ele decidiu buscar no bico, gotas de água do oceano para apagar o fogo. Perguntaram a ele, o por que daquele gesto. O passarinho respondeu: estou fazendo a minha parte.

 

Kempes Ferreira Lima com o atual Superintendente do DNIT, Danilo de Sá Resende.Kempes Ferreira Lima com o atual Superintendente do DNIT, Danilo de Sá Resende.

 

Assim como o beija-flor, o estudante de engenharia civil, Kempes Ferreira Lima, 37 anos, natural de Araçuai (MG), indignado com a demora sobre a pavimentação asfáltica da BR-367, que liga Diamantina,no Vale do Jequitinhonha ao sul da Bahia, foi ao superintendente do DNIT, -Danilo de Sá Resende –cobrar uma solução. O encontro ocorreu na sede do orgão em Belo Horizonte, no último dia 27 de maio.

De acordo com informações do órgão, ligado ao Ministério dos Transportes, as obras para o asfaltamento do trecho entre Jacinto a Salto da Divisa, foram licitadas em 2018

A Construtora Vilasa , ganhou a licitação pelo valor de R$ 138 Milhões, mas até o momento, o DNIT ainda não  deu a ordem de serviço assinada, por questões administrativas do atual Governo.

Segundo o DNIT, o Ministério de Infraestrutura, assim como outros Ministérios,  teve seus recursos limitados a partir de cortes orçamentários.

“ Questionei  o superintendente,  o que poderia ser feito para  garantir no orçamento da União, os recursos para a conclusão dessa tão sonhada obra, cujas etapas ainda dependem do Licenciamento Ambiental e desapropriação, tendo em vista que a BR 367, no trecho Jacinto a Salto da Divisa, terá seu traçado alterado”, destacou Kempes, que acredita que a saída passa pela mobilização da região para pressionar os deputados  votados no Vale do Jequitinhonha.

O estudante questinou ainda sobre a situação do trecho da BR 367,  entre Virgem da Lapa a Minas Novas,  cujo projeto ainda não está concluído, mas que, de Minas Novas a Chapada do Norte,  está sendo feito um paliativo asfáltico de qualidade inferior.

Kempes fez um convite ao superintendente, para conhecer o Vale do Jequitinhonha de perto.

Segundo o estudante, o  superintendente respondeu que tem um convite já feito pelo Grupo  Filhos do Vale, que defende a imediata conclusão das obras. “Reforcei o convite”, afirmou o estudante de engenharia que questionou ainda,  sobre uma ponte em Minas Novas, sobre o rio Fanado, que liga nada a lugar nenhum.

 

Ponte sobre o Rio Fanado, em Minas Novas, liga nada a lugar nenhumPonte sobre o Rio Fanado, em Minas Novas, liga nada a lugar nenhum

 

Há mais de 10 anos, a imponente ponte de 150 metros sobre o Rio Fanado, que corta as montanhas da cidade histórica de Minas Novas, foi erguida, ao custo de R$ 3 milhões, e ainda não tem serventia alguma: a estrutura aguarda a obra de encabeçamento na BR-367, outro exemplo de obra inacabada.

A rodovia  367 liga Diamantina a Porto Seguro (BA) e foi projetada no governo Juscelino Kubitschek (1902-1976), para ajudar no desenvolvimento do Jequitinhonha e – ao mesmo tempo – encurtar o caminho da região ao litoral.

Mais de 50 anos depois de  JK ter governado o país, de 1956 a 1961, a estrada continua com dois longos trechos de terra, de Minas Novas a Virgem da Lapa (60 quilômetros) e de Almenara a Salto da Divisa (60 quilômetros). Por ironia, além de abrigar uma ponte de cimento inacabada, a 367 conta também com cinco estreitas pontes de madeira – as passagens não têm proteção lateral e já foram palcos de acidentes.

O atual superintendente do DNIT  respondeu que  o órgão está requerendo a administração do trecho para assumir a ponte e concluir as obras.

A ponte de cimento foi construída pelo governo do estado. Mas a obra de encabeçamento precisa ser feita pela União, responsável também pela pavimentação dos trechos de terra. Enquanto isso, moradores de cidades cortadas pelo caminho de terra lamentam o sofrimento. Na época de chuva, a lama impede consumidores de irem às compras em cidades vizinhas. No calor, a vilã é a poeira: o pó levantado por caminhões e carros atrapalha a visão de motoristas.

Sérgio Vasconcelos

Repórter

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