Backer orienta consumidores a não beber Belorizontina

A diretora de marketing da Backer Ana Paula Lebbos orientou, em coletiva de imprensa no fim da manhã desta terça-feira (14), que os consumidores não bebam a Belorizontina de nenhum lote. “O que preciso agora é que não bebam a Belorizontina, qualquer que sejam os lotes, por favor. Quero que meu cliente seja protegido. Não beba Belorizontina. Não sei o que está acontecendo”, disse.

A coletiva ocorreu na fábrica da cervejaria, no Bairro Olhos D’Água, na Região Oeste de Belo Horizonte. Isso porque a contaminação da cerveja é apontada como uma das possíveis causas para o quadro clínico das vítimas com a síndrome nefroneural. Boa parte delas teria ingerido ou adquirido a bebida no bairro Buritis, na Região Oeste de BH.

Nessa segunda-feira, o número de casos suspeitos de intoxicação exógena, que causa a síndrome nefroneural, saltou de 10 para 17. São 16 homens e apenas uma mulher entre os listados. As informações foram divulgadas pela Secretaria de Estado de Saúde (SES).

Paula Lebbos afirmou que, dentro da Backer, há vários processos definidos e que todas as Belorizontinhas foram feitas no tanque 10, que foi lacrado e está sendo investigado pela Polícia Civil. “Aqui na Backer nunca foi utilizado o dietilenoglicol (DEG). Isso é um mistério para nós e para as autoridades”, afirmou. Ela afirmou que está sendo realizada a vistoria técnica nos processos. “Todas as análises estão sendo feitas pelas autoridades. Logo logo, o mais breve possível vamos ter uma resposta”, disse.

 

A fábrica utiliza o monotilenoglicol para a refrigeração dos 70 tanques para produção de cerveja. Segundo ela, a Polícia Civil lacrou o tanque 10 e analisa também o reservatório de monoetilenoglicol. “O monoetilenoglicol é um líquido congelante usado para refrigerar e ajudar no processo de maturação da cerveja”, disse. Ela reafirmou que a Backer nunca comprou o dietilenoglicol. No entanto reconheceu que o tanque 10 está contaminado com o DEG.

 

Ainda durante a coletiva, Paula afirmou que quer facilitar para que o caso seja solucionado o mais breve possível. Ela ainda disse que está tendo a ajuda do professor Bruno Botelho da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ela disse que a empresa está fazendo a vistoria técnica nos processos.  No entanto, ela não apontou uma hipótese para a contaminação. “Hipótese são hipóteses. Fomos surpreendidos com tudo isso como vocês foram. Não vou fazer julgamento. Prefiro aguardar as autoridades darem respostas, disse. E garantiu: “a Backer passa por visitas técnica de autoridade para averiguação dos procedimentos. No ano passado, recebemos o Ministério da Agricultura, todos os órgãos que fiscalizam uma empresa desse porte. Nada foi constatado.”

 

A empresa informou que ainda não entrou em contato com as vítimas da síndrome. “Estamos muito tristes. Não entramos em contato com as famílias, anteriormente a isso, até mesmo para resguardá-las. A gente não sabia o que estava acontecendo. A partir de hoje, já estruturamos pessoas para entrar em contato com as famílias e nos oferecer para qualquer tipo de ajuda”, disse.

 

A preocupação dela é com os consumidores e os estragos ao mercado cervejeiro”Não queremos que nosso cliente e quem gosta da Backer sejam prejudicados”, concluiu.  A fábrica emprega 600 funcionários.

 

Backer entra na Justiça

 

Ontem,  o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) pediu que todas as 22 marcas da Backer fossem retiradas do mercado. A intimação vale para todas as cervejas e o chope produzido pela empresa entre outubro de 2019 e dia 13 de janeiro.

A cervejaria Backer entrou na Justiça para revogar o recall solicitado. Segundo a empresa, a investigação das autoridades recai somente à marca Belorizontina, “não tendo qualquer relação com os demais rótulos da empresa, que possui processos autônomos de produção”.

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