Greve de policiais penais: presos não terão visitas e banhos de sol no próximo fim de semana

Após as forças de segurança de Minas Gerais anunciarem greve em protesto por recomposições salariais, o Sindicato dos Policiais Penais de Minas Gerais (Sindpen) adiantou que, no próximo fim de semana, estarão suspensas visitas e banhos de sol para os presidiários. Na noite desta segunda-feira (21), a categoria deve se reunir para novas deliberações.

“A Polícia Penal adianta que no próximo fim de semana não terá visitas e banhos de sol para os presos. Vamos resolver quais serão os próximos passos, mas os policiais já estão saindo dos grupos das instituições e não receberão nenhuma informação do seu comando”, afirmou o diretor de comunicação do Sindpen, Magno Soares.

“Recomendamos a todos policiais penais que continuem em estrita legalidade e não façam nenhum ato que coloque em risco sua vida e a de seus colegas”, declarou.

Manifestação

Manifestações ocorreram em Belo Horizonte nesta segunda-feira. Os atos ocorreram em frente à Assembleia Legislativa de Minas Gerais, na Praça Sete e na Praça da Estação. Com o protesto, o trânsito ficou travado em diversos pontos da cidade, principalmente no acesso ao Centro.

O movimento reúne milhares de pessoas, não só integrantes das forças policiais que atuam em Belo Horizonte. Cerca de cem ônibus vindos de cidades do interior desembarcaram na capital mineira na manhã desta segunda.

Os policiais pedem, ao Governo de Minas, a recomposição salarial referente aos efeitos da inflação desde 2019, ano em que o governador Romeu Zema (Novo) assumiu o Palácio Tiradentes.

Mais cedo, o deputado federal Subtenente Gonzaga (PDT), que está presente nos protestos, disse que o diálogo com o Executivo não ocorre desde 2019. O parlamentar recorda que o governo estadual não cumpriu um acordo feito em 2020, que previa um aumento de 41%, dividido em três parcelas. Um projeto de lei foi enviado para a Assembleia mas, mais tarde, a gestão Zema desistiu do reajuste oferecido e só pagou a primeira parcela, que previa aumento de 13% nos salários das categorias.

“O governo está a par da reivindicação, temos falado com o governo através do secretário Igor Eto. A nossa reivindicação é conhecida desde 2019. O governo atendeu em 2019, mas ele vetou as duas parcelas. Portanto, a nossa reivindicação é que o governo cumpra o acordo feito em 2019, de garantir as duas parcelas que faltam e que está assinado em ata”, afirmou o subtenente Gonzaga.

Resposta

Em entrevista à Itatiaia, o secretário-geral do Governo de Minas, Mateus Simões (Novo), disse que o Estado busca alternativas para garantir o reajuste para os membros da força de segurança. Ele também disse que o ato desta segunda-feira é “legítimo”.

“A gente reconhece que houve uma perda do poder de compra dos servidores como um todo, dos policiais especialmente que não houve recomposição durante o mandato do último governador (Fernando Pimentel). Mas, infelizmente, a questão não é um reconhecimento desse direito. É a falta de condições do Estado, diante das liminares do STF, de conceder esse reajuste agora. Nós estamos atrás de alternativas”, diz o secretário, que considera o ato desta segunda-feira (21) legítimo.

O Governo de Minas também se manifestou por meio de nota e diz manter diálogo aberto com todas as categoria.

Ainda segundo a nota, mesmo diante a todas as dificuldades financeiras enfrentadas e aprofundadas pela crise sanitária da pandemia, em 2020, foi concedido reajuste de 13% para as forças de segurança.

Com a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal, projeto que aguarda análise da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o Estado terá condições de aplicar a recomposição da inflação nos salários de todas as categorias do funcionalismo público, e dar continuidade ao pagamento das dívidas herdadas, como os repasses para os municípios e os depósitos judiciais.

Fonte: Itatiaia

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