Novos cortes de recursos podem comprometer desenvolvimento de vacinas na UFMG
Os dirigentes das universidades federais vão tentar reverter, junto à equipe de transição do futuro governo, o terceiro bloqueio, este ano, de recursos das instituições, anunciado esta semana pelo Ministério da Economia. Os reitores afirmam que a medida vai aprofundar ainda mais a crise enfrentada pelas universidades.
Na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o bloqueio deve comprometer o pagamento de despesas básicas como contas de água e luz e também o salário dos funcionários terceirizados. Segundo a reitora da universidade, Sandra Regina Goulart Almeida, a instituição foi pega de surpresa com esse anúncio, que pode se tornar um bloqueio de até R$10 milhões.
“Para nós foi um choque enorme. Houve a tentativa de fazer um bloqueio dessa natureza em outubro e, com o movimento da associação nacional dos reitores das universidades federais e dos Estudantes, nós conseguimos reverter. Toda verba que havia para empenhar em contratos para pagar bolsas para o mês de dezembro foi recolhido de todas as universidades”, disse.
“Nós e todas as universidades e institutos federais ficamos com os caixas completamente zerados. Às contas de água e luz, os contratos de terceirizados da limpeza de portaria, as bolsas de estudantes e todos os contratos que não foram pagos em dezembro correm o risco, se a gente não conseguir reverter isso”, completou.
Na semana passada, a UFMG anunciou o início dos testes em humanos da SpiN-TEC – a primeira vacina totalmente nacional que está sendo desenvolvida contra a Covid-19. Com os bloqueios, até esta pesquisa está ameaçada.
“Essa vacina nós conseguimos, né? Então esse recurso está garantido. Mas, de onde vem os pagamentos água, luz, ar condicionado, limpeza e manutenção? Isso é universidade que tem que arcar. Nós vamos fazer o possível, mas a verba que nós temos é para o desenvolvimento da pesquisa e não para infraestrutura”, explicou.
Segundo a reitora, representantes das instituições federais já estão em contato com a equipe de transição do Governo Federal para tentar reverter o cenário no ano que vem.
A entidade que representa as universidades e institutos federais calcula que o bloqueio anunciado nesta semana seja de R$344 milhões. No meio do ano, o Ministério da Educação (MEC) já havia realizado um corte de R$438 milhões no orçamento das instituições.
Em nota, a entidade afirmou que a medida mais recente praticamente inviabiliza as finanças de todas as instituições.
O Ministério da Educação disse também, por meio de nota, que foi notificado dos bloqueios pelo Ministério da Economia e que mantém a comunicação aberta com todos. Disse ainda que mantém as tratativas junto ao Ministério da Economia e a Casa Civil para avaliar alternativas.
Fonte: Itatiaia
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