‘Em poucos anos, Jequitinhonha deixará de ser a região mais pobre de MG’, diz presidente da Fiemg

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, acredita que a exploração de lítio no Vale do Jequitinhonha, historicamente afetado por lacunas socioeconômicas, pode alavancar o desenvolvimento da região. Neste domingo (5), em entrevista à Itatiaia, em Xangai, na China, Roscoe afirmou que a exploração das jazidas de lítio traz “grande perspectiva” às cidades onde há reservas do mineral.

“O lítio é a grande oportunidade do Vale do Jequitinhonha. Em poucos anos, o Vale do Jequitinhonha deixará de ser a região mais pobre de Minas Gerais, para ser uma região de desenvolvimento médio — ou, até mesmo, superior às demais. Há uma grande perspectiva. O lítio é portador desse futuro”, disse.

Roscoe compõe uma comitiva de empresários de Minas que está na China em busca de atrair investimentos ao estado. O governador Romeu Zema (Novo) também compõe o grupo.

“Acredito que Minas Gerais tem tudo para se tornar uma grande potência mundial produtora de lítio — e, até mesmo, passar a Austrália em um futuro de 10 anos. Com isso, obviamente, vão ser geradas inúmeras oportunidades”, completou o dirigente da Fiemg, em menção ao país da Oceania que, ao lado do Chile, lidera o ranking mundial de exploração do lítio.

O mineral é utilizado, por exemplo, para produzir baterias de carros elétricos. As 14 cidades mineiras com reservas do material formam o chamado “Vale do Lítio”.

“Há mais de 60 empresas, hoje, pesquisando áreas de lítio no Vale do Jequitinhonha. Há duas ativas hoje: a Sigma e a Companhia Brasileira de Lítio (CBL). Existem várias outras em processos diferentes de pesquisa ou já começando o licenciamento. Vai ser, com certeza, uma enxurrada de investimentos. Estamos falando, nos próximos anos, de R$ 30 bilhões”, projetou Flávio Roscoe.

Fórum é esperança para atrair investimentos

Na terça-feira (7), a Fiemg vai promover o “Brazil China Business Forum”, em um hotel de Xangai. Segundo Roscoe, a ideia é que, daqui para a frente, o evento aconteça anualmente a fim de apontar, a empresários asiáticos, as possibilidades de investimentos em Minas Gerais. Além do lítio, outros dois minerais — silício e nióbio — vão estar no carro-chefe das potencialidades do estado apresentadas aos chineses.

Segundo o dirigente, embora a China seja o principal parceiro comercial do Brasil, ainda há “muitas oportunidades a serem exploradas” na interlocução entre as duas nações. Para ele, Minas é fundamental a fim de ampliar o diálogo econômico dos países.

“É uma ação de estreitar as relações. Já existem muitas relações, mas elas podem ser ampliadas”, explicou.

De acordo com o presidente da Fiemg, mais de 100 empresas mineiras vão participar da conferência.

 

Fonte: Itatiaia

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