Diante de um cenário preocupante devido ao aumento expressivo dos casos de dengue em 2024, o Ministério da Saúde mobiliza estados e municípios para a realização de um ‘Dia D’ neste sábado (2), focado em ações de combate à prevenção aos focos de dengue no país. Nesta semana, o Brasil ultrapassou a marca de 1 milhão de casos da doença e 214 mortes por dengue. Outros 687 óbitos ainda estão em investigação.

Segundo o Ministério da Saúde, o aumento no número de casos neste período do ano não era esperado, considerando as tendências históricas que indicam o pico das epidemias entre março e abril. Por isso, a situação tem sido encarada como uma certa urgência da pasta, que nesta semana mobilizou secretários de saúde municipais e estaduais para alinhar as estratégias de combate ao mosquito da dengue.

A mobilização foi chamada de “10 minutos contra a dengue” e tem o intuito de intensificar as ações de prevenção e eliminação dos focos do Aedes aegypti, o mosquito transmissor da doença.

A intenção desse dia, que terá ações simultâneas em todo o país, é partir para o corpo a corpo mesmo, colocando os agentes de saúde e de combate a endemias para conversar com a população, visitar os domicílios e fazer uma ação sobretudo de conscientização.

“O principal é o combate aos focos do mosquito. [Teremos] visita às casas; trabalho junto com os agentes de saúde, tanto de endemias como os agentes comunitários de saúde; esclarecimentos à população. Em alguns lugares, as escolas também vão estar participando desse esforço”, esclareceu a ministra da Saúde, Nísia Trindade.

Desde o início do ano, a ministra tem reforçado que o combate ao mosquito da dengue é um trabalho não só do governo, dos estados e dos municípios, mas também da população, já que 70% dos focos de dengue estão dentro das residências.

Mobilização política
A situação já acendeu o alerta no Palácio do Planalto, que tem cobrado ações positivas do Ministério da Saúde, especialmente no caso da dengue, que tem sido usada por opositores para criticar o governo. Nesta semana, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, revelou que o próprio presidente tem se mobilizado na causa que não é de responsabilidade apenas de um ministério. “Ainda que essa pauta esteja concentrada na saúde, há uma importante discussão interministerial para enfrentamento dessa doença a médio e longo prazo, para isso temos reforçado ações estruturantes, com o papel fundamental do Presidente Lula nessa articulação”, disse.

A emergência na saúde fez com que o ministério ‘turbinasse’ os recursos para o enfrentamento de doenças como a dengue em R$ 1,5 bilhão. Em 2023, a pasta havia reservado pouco mais de R$ 256 milhões para esse fim.

Além disso, o ministério também fez um mutirão para acelerar a liberação de recursos para Estados e municípios que decretarem emergência, seja por dengue ou outras arboviroses. Oito estados já declararam estar em emergência: Acre, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo, além do Distrito Federal.

Fonte: Itatiaia