Bolsonaro e aliados são alvo de operação da PF que investiga suposta tentativa de golpe em 2022

Valdermar Costa Neto, General Augusto Heleno e outros nomes ligados ao governo de Jair Bolsonaro são alvo de mandados de prisão e busca e apreensão

A Polícia Federal cumpre na manhã desta quinta-feira (08) mandados de prisão e de busca e apreensão contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados de grande relevância. A investigação classifica como ‘organização criminosa’ o grupo ligado ao ex-presidente que teria atuado em uma tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder.

A operação cumprida nesta quinta-feira se chama Tempus Veritatis, que em latim significa ‘hora da verdade’, e coloca em cheque a teoria de que as eleições de 2022 teriam sido fraudadas e que o exército poderia intervir para que o ex-presidente Jair Bolsonaro se mantivesse no poder executivo.

Entre os alvos da operação estão:

  • Jair Bolsonaro (ex-presidente da república)
  • Valdemar Costa Neto (o presidente do Partido Liberal – PL)
  • General Augusto Heleno (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional – GSI)
  • Anderson Torres (ex-ministro da Justiça)
  • Marcelo Câmara (ex-assessor de Jair Bolsonaro)
  • Filipe Martins (ex-assessor de Jair Bolsonaro)
  • General Walter Braga Netto (candidato a vice de Jair Bolsonaro em 2022)

Ao todo, segundo a PF, estão sendo cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas.

No caso do ex-presidente, a Polícia Federal esteve novamente em sua casa de praia em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. Ele foi alvo de uma medida cautelar e, a pedido do ministro Alexandre de Moraes, teve o passaporte apreendido.

Os mandados foram autorizados pelo Supremo Tribunal Federal e são cumpridos nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.

Essa é a segunda fase da operação. Nesta fase, as investigações da PF apontam que o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, para viabilizar e legitimar uma possível intervenção militar com o intuito de manter Bolsonaro no poder.

Como foi a suposta tentativa de golpe

Segundo a apuração feita pela Polícia Federal, o grupo composto por aliados do ex-presidente Bolsonaro agiu em conluiu em dois diferentes eixos para tentar anular as eleições presidenciais de 2022.

Em uma primeira frente, a Polícia FEderal identificou que aliados do ex-presidente construiram e propagaram uma versão fraudulenta sobre as eleições. Essas teorias foram disseminadas na internet e apontavam uma versão falaciosa sobre vulnerabilidades nas urnas eletrônicas – discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022, segundo a PF.

Em um segundo momento, esses aliados atuaram para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível.

Fonte: Itatiaia

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