Falta de gasoduto impede instalação de parque industrial do lítio no Jequitinhonha
A ausência de um gasoduto ( redes de tubos ) na região do Vale do Jequitinhonha, é o maior entrave para que seja instalado na região um parque industrial para o beneficiamento do lítio, mineral identificado nos municípios de Itinga e Araçuai e empregado principalmente na fabricação de baterias elétricas para veículos.
O empresário Itamar Resende, presidente da Sigma, empresa que controla jazidas do minério nestes municípios, disse que sem o gás, é impossível beneficiar o lítio na região, o que geraria mais emprego e renda.
Ele participou na última sexta-feira (9) na Câmara Municipal de Itinga, de uma reunião que contou com cerca de 17 prefeitos do Vale do Jequitinhonha, além de empresários e lideranças regionais, para discutir alternativas para viabilizar a criação de um parque industrial que beneficie este minério nos municípios produtores.
Deputados da Comissão de Minas e Energia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) também participaram do encontro.
Ficam em Itinga 75% das jazidas de lítio que foram identificadas na região, em 2017, pela mineradora Sigma. A empresa anunciou investimentos de R$ 500 milhões no desenvolvimento de um complexo minerário neste município e no território vizinho de Araçuaí, onde estão os outros 25% da jazida identificada.
O emprego do gás natural comprimido (GNC) é imprescindível na indústria de produtos especiais como porcelanas finas, beneficiamento do granito, dentre outros.
Questionado por deputados, o presidente da Sigma, negou que a exploração de lítio possa trazer riscos de câncer para a população. Ele recebeu pedido para contribuir para a construção de um hospital do câncer em Capelinha, desde que não haja sozinho. “Somos parceiros, mas não coloquem a responsabilidade para resolver os problemas do Vale do Jequitinhonha sobre nós. Isso é problema do governo. E se quisermos verticalizar a produção no Vale, temos que pensar no todo. O gás tem que vir”, cobrou.
Alexandre Vigigal, secretário nacional de geologia, mineração e transporte mineral que também participou do evento disse que não existe nenhuma reividindicação ao Ministério das Minas e Energia, para estudar a implantação do gasoduto na região.
O gasoduto mais próximo ao Vale do Jequitinhonha está em Governador Valadares, a cerca de 370 quilômetros das jazidas de lítio.
A previsão para iniciar a produção da primeira mina, em Itinga, é até o início de 2021. Itamar Resende disse ainda que a atividade não utilizará barragens de rejeitos, mas a técnica de empilhamento a seco, uma tecnologia importada da Austrália.
O deputado estadual Marcos Lemos (PT) defendeu a realização de outras audiências públicas. “ Queremos conhecer o projeto como um todo. Até agora sabemos muito pouco sobre sua implantação”, disse.
O prefeito de Ponto dos Volantes, Leandro Santana Presidente da União dos Municípios do Vale do Jequitinhonha, defendeu a concessão de benefícios fiscais, inclusive isenção de ICMS, pelo Estado para atrair indústrias para a região.
Para encerrar o encontro , os 17 prefeitos e autoridades presentes assinaram o Manifesto do Vale do Jequitinhonha por uma Mineração Sustentável e Responsável, que será encaminhada aos governos federal e estadual. Os prefeitos e deputados reivindicam ainda a presença do Governador Romeu Zema e do presidente Jair Bolsonaro na região.
O manifesto foi entregue ao secretário nacional de geologia e mineração, do Ministério das Minas e Energia, Alexandre Vidigal.
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