O que esperar da reabertura ‘na cara e na coragem’ da Casa de JK
Um ícone de Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, voltará à cena urbana para difundir cultura, fortalecer a história e preservar a memória do filho ilustre. Está marcada para o próximo dia 12 a reabertura da Casa de Juscelino, depois de fechada por mais de seis meses devido à falta de recursos e repasse de verbas. Valendo-se de uma emenda parlamentar federal, o diretor-presidente da instituição, Serafim Jardim, conduz obras no casarão localizado na Rua São Francisco, 241, no Centro Histórico da cidade reconhecida como Patrimônio da Humanidade, título concedido há 20 anos pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Determinado a manter de portas abertas o casarão no qual viveu JK quando criança e adolescente, o diretor-presidente informa que, no início vai levar adiante seu objetivo enquanto não vem o patrocínio da Cemig, via Lei Rouanet. Conforme reportagem de 25 de abril do Estado de Minas, o sinal verde para a garantia de recursos foi dado durante audiência pública da Comissão de Cultura na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, quando autoridades estaduais ressaltaram que a Cemig abraçou o projeto por estar de acordo com sua política pública e também porque Juscelino Kubitschek foi seu fundador.
A superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em Minas, Célia Corsino, informou que a emenda parlamentar foi obtida por meio da autarquia federal. “Nosso escritório técnico em Diamantina tem dado suporte às intervenções executadas no imóvel, acompanhando as ações propostas pelo diretor-presidente.”
Em janeiro, o EM mostrou a situação de um dos ícones de Diamantina, o imóvel de propriedade do estado e que reúne museu, biblioteca, espaço de convívio ao ar livre e guarda parte da história de JK. Pintada de branco com janelas e portas azuis, aonde se chega subindo uma ladeira pavimentada com pedras capistranas, típicas de Diamantina, a Casa de JK está bem conservada. E sempre em movimento, com grupos de seresta se apresentando no interior e na calçada. Para abrigar todo o acervo, está dividida em duas partes, interligadas pela Praça Seresteiro Boanerges Meira. Nesse espaço, fica uma jabuticabeira, na qual o menino Nonô, apelido de infância de JK, se deliciava com a fruta preferida. Com o tempo, a árvore morreu e, para não ficar na saudade, Jardim decidiu conservar o tronco, o qual foi envernizado, em vez de substituí-la por outra. Ficou parecendo uma escultura.
“Meu quarto era acanhado”
Impossível não destacar a importância do monumento. Um giro pela casa permite descobertas. No anexo, nos fundos, construído em 1994, está o primeiro consultório de JK, formado na Faculdade de Medicina da UFMG em 1927, na capital. Num canto, um aparelho de anestesia, de 1930, doado por um particular de São Paulo (SP); no outro, o equipamento para eletrocardiograma, do mesmo ano; e, pendurado, um jaleco branco. Na sala ao lado, estudantes e pesquisadores têm espaço para estudar em obras doadas pela ex-primeira-dama.
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