China será o principal destino do lítio do Vale do Jequitinhonha
A produção de concentrado de lítio da Sigma Mineração, no Vale do Jequitinhonha, que deve chegar a 440 mil toneladas por ano, vai corresponder a cerca de 85% do mercado nacional.
A China será o principal consumidor da planta, que começará a ser construída no primeiro trimestre do próximo ano, em Itinga, já com planos de verticalização: o objetivo é produzir, no futuro, carbonato ou hidróxido de lítio, a primeira fase da fabricação de baterias. A estimativa de investimento é de R$ 500 milhões no projeto.
Na primeira etapa, após a inauguração, em meados de 2021, serão produzidas 220 mil toneladas de concentrado de lítio por ano, o equivalente a 70% da produção nacional, segundo o diretor de sustentabilidade da Sigma, Itamar Resende. “Logo que concluirmos a primeira fase, com o processo já estabilizado e o mercado sendo atendido, havendo espaço para expansão, vamos imediatamente trabalhar para 440 mil toneladas por ano. Calculamos que em um ano, no máximo, vamos iniciar a segunda fase”, afirmou, em entrevista concedida durante a Exposibram, no Expominas, na capital mineira. “Dessa forma, a empresa se posiciona como uma das principais fornecedoras de concentrado de lítio do mercado mundial”, disse Resende.
A Sigma já obteve as licenças prévia e de instalação e, atualmente, está executando a parte de engenharia detalhada e buscando financiamento.
A companhia firmou um acordo com a japonesa Mitsui, que vai ficar com um terço da produção anual e aportou US$ 30 milhões, que permitem o início da implantação do projeto. “Para complementar, estamos trabalhando em outras frentes de financiamento, estimamos US$ 90 milhões na primeira fase”, disse Resende.
Trabalho
Cerca de 500 empregos diretos devem ser gerados na etapa inicial, e, na segunda, mais 250, aproximadamente. Segundo o diretor, a mão de obra local será priorizada. Estimativas de mercado apontam que os recursos aplicados na planta devem alcançar R$ 1 bilhão, considerando os aportes previstos de terceirizadas. “Uma empresa como a nossa sempre atrai um grande número de atividades indiretas. Estimamos que, a cada funcionário direto, teremos pelo menos sete indiretos. Isso significa uma mudança muito grande no Jequitinhonha”, diz.
Segundo ele, a verticalização da produção é um objetivo da Sigma. “O grande sonho não só da nossa empresa, mas de todos os produtores de concentrado de lítio no Brasil, é chegar pelo menos na primeira fase do processo da fabricação da bateria, que é a produção do carbonato ou hidróxido de lítio, mas o próximo passo é ter uma mina bem-feita, capaz de produzir quantidade e qualidade com longevidade e competitividade”, afirma. Ele diz que as reservas que a Sigma possui atualmente, em Itinga e Araçuaí, são suficientes para cerca de 20 anos, mas novas reservas serão pesquisadas.
O mercado chinês, abastecido especialmente pela Austrália, será o principal destino da produção, devido aos incentivos dados aos veículos elétricos. Segundo Resende, a China tem 176 produtores do modelo.
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