Moradores do Buritis, na Região Oeste de Belo Horizonte, estão ainda mais apreensivos: as últimas informações das autoridades sobre a doença misteriosa conectada à localidade dão conta de que mais dois pacientes, ambos residentes no bairro, apresentaram os mesmos sintomas da enfermidade. As duas novas notificações chegaram à Saúde estadual ontem, mesmo dia em que o corpo de Paschoal Demartini Filho, de 55 anos, que estava internado em Juiz de Fora, na Zona da Mata e morreu na terça-feira, deu entrada no Instituto Médico-Legal de Belo Horizonte. Como todas as outras, as duas possíveis novas vítimas são do sexo masculino. Têm 56 e 64 anos. Agora, são oito os casos em investigação, já que um foi descartado ontem por não se adequar ao quadro. Na tentativa de acelerar o fim do mistério, a Polícia Civil trouxe reforço de São Paulo: um médico-legista da USP, especialista em necrópsias em situações epidemiológicas.
Quanto às duas novas notificações, a Secretaria de Estado de Saúde ainda não sabe dizer se os sintomas começaram a se manifestar nos homens no mês de dezembro, como ocorreu nos casos suspeitos anteriores, ou já neste ano. Só será possível assegurar isso depois que servidores da pasta conversarem com os familiares dos pacientes.
Ao mesmo tempo que mais dois nomes entraram na lista, a Saúde estadual retirou uma pessoa dos casos da enfermidade misteriosa. Trata-se de um idoso de 76 anos, que não apresentava os mesmos sintomas das outras vítimas e já tinha histórico de doença nos rins – a insuficiência renal é um dos principais sinais da doença. Problemas gastrointestinais (náusea e/ou vômito e/ou dor abdominal) e alterações neurológicas, como paralisia facial e descendente, borramento visual, amaurose (perda da visão parcial ou totalmente) e alterações sensitivas também fazem parte do quadro clínico.
A investigação da doença está sendo feita por uma força-tarefa, que inclui equipes de órgãos estaduais e do Ministério da Saúde. Amostras para testes estão sendo processadas no laboratório da Fundação Ezequiel Dias (Funed). Além disso, a Polícia Civil deslocou, ontem, equipes para verificar amostras das bebidas que serão avaliadas no Instituto de Criminalística. Não há prazo, no entanto, para a finalização dos trabalhos. “As investigações estão em andamento, com a realização de entrevistas, comunicação com outras instituições públicas, entre outras providências pertinentes, primando por procedimentos científicos que permitam analisar se existe nexo entre os eventos e/ou vítimas”, informou a corporação, por meio de nota.
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