Tem cerveja Belorizontina em casa? Saiba onde entregar as garrafas

Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte criou postos onde os moradores poderão entregar as garrafas da cerveja Belorizontina que tenham em casa. A bebida está sob suspeita desde exames em amostras detectaram a presença de uma substância tóxica compatível com o quadro clínico de oito pessoas que precisaram ser hospitalizadas desde o fim do ano passado com o que a Secretaria de Estado de Saúde vem chamando de síndrome nefroneural, um quadro de insuficiência renal e alterações neurológicas. Uma delas morreu.

Segundo a Saúde da capital, podem ser entregues cervejas do rótulo Belorizontina de qualquer lote, não apenas dos L11348 e L21348, nos quais foi encontrado o composto orgânico dietilenoglicol, também conhecido como éter de glicol, usado no processo de refrigeração na indústria de cerveja.
A entrega deve ser feita apenas por pessoas que tenham o produto para consumo próprio. “Não serão recebidos produtos de bares, restaurantes e supermercados. O material ficará sob custódia da Secretaria Municipal de Saúde para encaminhamento das investigações necessárias”, informou a pasta.
As bebidas podem ser entregues nos postos a partir da próxima segunda-feira, dia 13, das 8h às 17h. Confira abaixo os endereços nas nove regionais: 
  • Barreiro: Avenida Olinto Meireles, 327 – Barreiro
  • Centro-Sul: Avenida Augusto de Lima, 30, 14ª andar – Centro
  • Leste: Rua Salinas, 1.447 – Santa Tereza
  • Nordeste: Rua Queluzita, 45 – Bairro São Paulo
  • Noroeste: Rua Peçanha, 144, 5º andar – Carlos Prates
  • Norte: Rua Pastor Murilo Cassete, 85 – São Bernardo
  • Oeste: Avenida Silva Lobo, 1.280, 5º andar – Nova Granada
  • Pampulha: Avenida Antônio Carlos, 7.596 – São Luiz
  • Venda Nova: Avenida Vilarinho, 1.300, 2º Piso – Parque São Pedro

Entenda o caso

A Polícia Civil informou ontem que exame pericial identificou a presença de dietilenoglicol em amostras da cerveja pilsen Belohorizontina, produzida pela cervejaria Backer, encaminhadas pela Vigilância Sanitária de BH. A substância, utilizada na refrigeração durante a produção da bebida, é compatível com os sintomas desenvolvidos por pelo menos oito pacientes internados desde o fim do ano passado, um dos quais morreu. Eles tiveram insuficiência renal de evolução rápida (em até 72 horas) e alterações neurológicas.
Os lotes em que foi encontrado o agente tóxico são L1 1348 e L2 1348, em torno de 60 mil garrafas. Eles serão recolhidos do comércio. A orientação é para quem tenha garrafas das duas levas em casa não as consuma. Ontem, policiais e peritos foram até a fábrica da cerveja para investigar possível contaminação. As pessoas que adoeceram são todas do sexo masculino e moradores ou com ligações com o Bairro Buritis, Região Oeste de BH. Paschoal Demartini Filho, de 55 anos, que morreu em Juiz de Fora, esteve na casa da filha, no bairro de BH. O genro dele também adoeceu.

O que diz a Backer

“Após entrevista coletiva nesta tarde, a Polícia Civil divulgou laudo informando que a substância dietilenoglicol foi identificada em duas amostras recolhidas da cerveja Belorizontina na casa de clientes, que vieram a desenvolver os sintomas. Vale ressaltar que essa substância não faz parte do processo de produção da cerveja Belorizontina, fabricada pela Cervejaria Backer. 
 
Por precaução, os lotes em questão – L1 1348 e L2 1348 – citados pela Polícia Civil, e recolhidos na residência dos consumidores citados, serão retirados imediatamente de circulação, caso ainda  haja algum remanescente no mercado. A Cervejaria Backer continua à disposição das autoridades para contribuir com a investigação e tem total interesse que as causas sejam apuradas, até a conclusão dos laudos e investigação.”

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