Covid-19: Instituto russo negocia produção de vacina no Brasil

Cientistas russos responsáveis pelo desenvolvimento de uma vacina contra a covid-19 afirmaram em entrevista coletiva realizada na manhã desta quinta-feira (20), 20, que já negociam com o Brasil e com alguns outros países a produção maciça do novo imunizante. A Sputnik V, que obteve um registro provisório no início deste mês, começa a ser testada em massa já nos próximos dias e ofereceria imunidade contra o novo coronavírus por dois anos.

“Estamos conversando com outros países, como India, Brasil, Coreia do Sul e Cuba”, afirmou Alexander Gintsburg, diretor do Instituto Gamaleya de Pesquisa em Epidemiologia e Microbiologia, na Rússia, onde a vacina SputnikV foi desenvolvida. “Eles têm potencial para produzir a vacina, para servir de ‘hub’, de base, para a produção.”

Segundo Gintsburg a prioridade dos russos será a de negociar com países que queiram produzir o imunizante e tenham capacidade para tanto. No entanto, disse, há planos também para exportar a vacina.

Durante a coletiva realizada nesta manhã, os cientistas russos informaram que começarão nos próximos dias os testes em massa da vacina Sputnik em 40 mil pessoas. Paralelamente, explicaram, grupos mais vulneráveis, como profissionais de saúde atuando na linha de frente, serão já vacinados.

Segundo Denis Logunov, vice-diretor científico do Instituto Gamaleya de Pesquisa em Epidemiologia e Microbiologia, a vacina russa foi testada em vários animais, como coelhos, ratos e dois tipos de macacos, sem apresentar nenhum efeito colateral.

Posteriormente, informou, foi testada também em um grupo de 220 voluntários humanos, com idades de 18 a 60 anos. Os participantes apresentaram resposta imunológica positiva e os efeitos colaterais relatados foram brandos, como dores de cabeça. De acordo com os cientistas russos, esses testes corresponderiam às fases 1 e 2 das testagens.

“Os voluntários estão produzindo anticorpos, seus organismos reagiram bem e todos apresentaram uma boa resposta imune”, garantiu Logunov.

Os russos explicaram que conseguiram chegar tão rapidamente a uma vacina porque estavam trabalhando num outro imunizante semelhante, a vacina contra a Mers – a síndrome respiratória do oriente médio, causada também por um coronavírus. Segundo eles, a vacina já havia chegado na fase 2, revelando segurança e resposta imune.

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