Influencer Big Jhow é preso por desobediência durante operação que investiga sorteios ilegais no DF e em MG
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (10), uma operação que mira dois influenciadores suspeitos de sorteios ilegais de carros e lavagem de dinheiro. Os agentes começaram a cumprir dois mandados de busca e apreensão em Vicente Pires, no Distritro Federal, e em Esmeraldas, na região metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais.
Um dos alvos é o influenciador Elizeu Silva Cordeiro, conhecido como “Big Jhow”. Não havia mandado de prisão contra ele, mas o jovem acabou detido em MG por desobediência, após se recusar entregar carros para os agentes que cumpriam os mandados. Elizeu foi candidato a deputado estadual pelo Solidariedade-MG, nas eleições deste ano, mas não se elegeu.
O segundo alvo é o influenciador Marcelo Lopes (foto abaixo), que tem 254 mil seguidores em uma rede social. Até a última atualização desta reportagem, o g1 não tinha conseguido contato com os investigados.
Influenciador Marcelo Lopes, investigado por realização de rifas ilegais — Foto: Instagram/Reprodução
A ação faz parte da 2ª fase da Operação Huracán, deflagrada em março deste ano (veja detalhes abaixo). Dois veículos da marca Lamborghini, avaliados em R$ 5 milhões, foram apreendidos.
De acordo com a Polícia Civil, um deles seria sorteado no sábado (12) e foi exibido nas ruas do DF pelo youtuber Kleber Rodrigues de Moraes, o “Klebim”, já denunciado por esquema de rifas ilegais. Até a manhã desta quinta, o site da rifa ainda estava ativo, e a cota custava R$ 24,90.
No estado mineiro, os agentes apreenderam uma lancha e um jet ski, avaliados em R$ 700 mil. Também foram bloqueados R$ 12 milhões em contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas.
Carro de luxo é apreendido com influenciador suspeito de fazer rifas ilegais — Foto: Reprodução
Esquema de rifas
Segundo as investigações, entre outubro de 2021 e maio deste ano, o grupo promoveu a lavagem de R$ 12 milhões, obtidos por meio das rifas ilegais, por meio de empresas de fachada.
A polícia afirma que os influenciadores utilizavam um site para a venda dos sorteios e dissimulavam os valores arrecadados em três empresas de fachada, em Taguatinga, no DF, e em Contagem, em Minas Gerais.
Segundo a polícia, as rifas são ilegais porque a distribuição de prêmios por meio de sorteios deve seguir uma série de regras estabelecidas pelo Ministério da Economia, o que não era feito pelo grupo.
Operação Huracán
Influencer ‘Klebim’ exibia carros de luxo nas redes sociais — Foto: Instagram/Reprodução
Em março deste ano, a Polícia Civil deflagrou a primeira etapa da Operação Huracán, para investigar um esquema criminoso voltado à prática de jogos de azar e lavagem de dinheiro. Kleber Moraes, o influencer Klebim, foi preso e acabou solto cinco dias depois.
Outras três pessoas também foram detidas na operação. A polícia afirma que eles são associados e amigos do influencer:
- Pedro Henrique Barroso de Neiva, de 37 anos
- Vinícius Couto Farago, de 30 anos
- Alex Bruno da Silva Vale, de 28 anos
As investigações apontaram que o grupo movimentou cerca de R$ 20 milhões entre 2021 e 2022. As apurações tiveram início após o recebimento de uma denúncia pela Polícia Civil.
Segundo os investigadores, os veículos rifados eram preparados com rodas, suspensão e som especiais, e os sorteios eram anunciados em um site. Como possuíam muitos seguidores, os investigados vendiam facilmente as rifas, segundo a polícia.
Em setembro, o Ministério Público denunciou Kleber e outras nove pessoas pelo esquema. Segundo a denúncia, Kleber, Pedro Henrique Barroso de Neiva, Vinícius Couto Farago e Alex Bruno da Silva Vale “tinham plena consciência da ilicitude”. Os quatro foram denunciados por exploração de jogos de azar e lavagem de dinheiro. Outras cinco pessoas, apenas por lavagem de dinheiro.
Em nota, a defesa do grupo disse à época que, a partir da denúncia, eles “passam a exercer o direito de defesa, quando poderão mostrar que não houve organização criminosa, nem lavagem de dinheiro”. Ainda segundo os advogados, os investigados faziam os sorteios pela loteria federal e não deixaram de entregar os prêmios.
Fonte: G1
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