Massacre em Suzano: o que se sabe até agora

Um ataque em uma escola estadual de Suzano (SP) deixou pelo menos dez pessoas mortas por volta das 9h30 desta quarta-feira (13). Segundo a polícia, um adolescente e um homem encapuzados atiraram em diversas pessoas dentro da Escola Estadual Raul Brasil e cometeram suicídio em seguida. Ao menos duas funcionárias e cinco alunos da escola morreram. Antes, um dos assassinos matou um homem numa loja de automóveis próxima à escola.

Veja o que se sabe até agora sobre o caso:

O que aconteceu?

De acordo com a polícia, um adolescente e um homem encapuzados atiraram em diversas pessoas dentro da Escola Estadual Raul Brasil, de Suzano (SP). Depois do massacre, o adolescente matou o homem e, em seguida, se matou.

Onde foi o ataque?

O caso aconteceu na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo, por volta das 9h30 desta quarta-feira (13). Segundo o Censo Escolar de 2017, a instituição possui 358 alunos da segunda etapa do fundamental (6º ao 9º ano) e 693 estudantes do ensino médio. Ela ocupa um quarteirão inteiro na região central da cidade. No local também funciona um centro de línguas estrangeiras.

Quando o ataque aconteceu?

Segundo uma testemunha, os assassinos agiram durante a hora do intervalo na escola, quando os alunos se alimentavam, por volta das 9h30 desta quarta. Depois que os tiros começaram, os alunos tentaram pular o muro da escola para fugir. Outros saíram pelo portão principal.

Quem eram os assassinos?

Os assassinos eram Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25 anos. Eles eram antigos alunos da escola. Ainda não há informações sobre qual seria a motivação dos ataques. Ambos alugaram em 21 de fevereiro o carro usado para chegar à escola. Os dois frequentavam uma lan hose em Suzano para usar internet e participar de jogos online de combate com armas.

Luiz Henrique de Castro (esquerda) e Guilherme Taucci Monteiro (direita), assassinos de Suzano — Foto: Arquivo pessoalLuiz Henrique de Castro (esquerda) e Guilherme Taucci Monteiro (direita), assassinos de Suzano — Foto: Arquivo pessoal

Luiz Henrique de Castro (esquerda) e Guilherme Taucci Monteiro (direita), assassinos de Suzano — Foto: Arquivo pessoal

Como os assassinos agiram?

Segundo o coronel Marcello Salles, comandante da Polícia Militar de São Paulo, antes de entrar na escola, os assassinos atiraram contra o proprietário de um lava-rápido na frente da instituição de ensino. O homem morreu — ele era tio de Guilherme Taucci. Depois, os autores do crime chegaram à escola em um carro branco, que foi alugado por um dos dois. Eles entraram pela porta da escola, que estava aberta, atiraram na coordenadora pedagógica e em outra funcionária e foram para o pátio, onde os alunos estavam se alimentando. “Atiraram em mais alunos do ensino médio (…) e dirigiram-se ao Centro de Línguas. Os alunos do Centro de Línguas se fecharam na sala com a professora, e eles se suicidaram no corredor, os dois homicidas”, afirmou o coronel.

O ataque foi premeditado?

Sim. As investigações da Polícia Civil apontam que os assassinos planejaram o crime por um ano. Ainda de acordo com a polícia, eles pretendiam matar mais pessoas do que as 13 vítimas fatais do massacre de Columbine, ocorrido em 1999 no Estados Unidos.

Quais pistas e provas a polícia está investigando?

Os indícios que levam a investigação a crer que a chacina foi premeditada são games de tiros e anotações sobre táticas do jogo. Algumas anotações estão em dois cadernos encontrados no carro dos criminosos. Num deles há o desenho de uma arma. Guilherme chegou a postar fotos ameaçadoras na internet momentos antes do crime. Ele aparece armado e com uma máscara de caveira numa das imagens. Além disso, os investigadores já ouviram 20 pessoas no total, entre pessoas próximas aos assassinos e vítimas deles.

Qual é a ligação dos assassinos com a Deep Web?

A ligação ainda não está clara, mas a polícia investiga a possibilidade de a dupla de assassinos ter frequentado um fórum intitulado Dogolachan na Deep Web, uma internet considerada obscura na qual pessoas anônimas incitam crimes de ódio e intolerância em grupos. “Muito obrigado pelos conselhos e orientações … esperamos não cometer esse ato em vão”, teria escrito um dos assassinos dois dias antes do massacre em Suzano.

Quantas pessoas ficaram feridas?

Onze pessoas ficaram feridas e foram levadas a hospitais. Entre elas, há pessoas que passaram mal após o ataque.

  • Adna Isabella Bezerra de Paula, 16 anos, estudante
  • Anderson Carrilho de Brito, 15 anos, estudante
  • Beatriz Gonçalves Fernandes, 15 anos, estudante
  • Guilherme Ramos do Amaral, 14 anos, estudante
  • Jenifer Silva Cavalcanti
  • José Vitor Ramos Lemos, estudante
  • Leonardo Martinez Santos
  • Leonardo Vinicius Santa Rosa, 20 anos
  • Leticia de Melo Nunes
  • Murilo Gomes Louro Benite, 15 anos, estudante
  • Samuel Silva Felix

Quantas pessoas morreram?

Foram confirmadas 10 mortes no ataque. Seis pessoas morreram dentro da escola, além dos dois assassinos, que cometeram suicídio no local. Outras duas pessoas morreram em atendimento médico.

Quem eram as vítimas?

  • Caio Oliveira, 15 anos, estudante
  • Claiton Antonio Ribeiro, 17 anos, estudante
  • Douglas Murilo Celestino, 16 anos, estudante
  • Eliana Regina de Oliveira Xavier, 38 anos, agente de organização escolar
  • Jorge Antonio de Moraes, 51 anos, comerciante, morto antes da entrada dos assassinos na escola; ele é tio de Guilherme, um dos assassinos
  • Kaio Lucas da Costa Limeira, 15 anos, estudante
  • Marilena Ferreira Vieira Umezo, 59 anos, coordenadora pedagógica
  • Samuel Melquíades Silva de Oliveira, 16 anos, estudante

Foram encontradas armas com os assassinos?

Dentro da escola, a polícia encontrou um revólver 38, quatro jet luders, que são plástico para recarregamento de arma, uma besta (um tipo de arco e flecha que dispara na horizontal), um arco e flecha tradicional e garrafas que aparentam ser coquetéis molotov. Além disso, um dos autores do ataque tinha uma espécie de machado na cintura.

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