Deputados de partidos com cargos no governo assinam pedido de impeachment do ministro Silvio Almeida

Onze dos 46 deputados que assinam o pedido de impeachment do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, acusando-o de cometer crime de responsabilidade, são de partidos que detêm cargos no primeiro escalão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Esses parlamentares são filiados a União Brasil, Republicanos, PP e PSD, siglas que ocupam oito dos 38 ministérios do governo petista.

O requerimento despachado para o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), reúne ainda as assinaturas de 30 parlamentares do PL, partido de Jair Bolsonaro, três do Novo, um do Patriota e um do Podemos. Autor do pedido, o deputado Rodrigo Valadares (União Brasil-SE), justifica o impeachment do ministro Silvio Almeida pelo escândalo do pagamento de passagens aéreas e diárias para que Luciane Barbosa Faria, casada com um líder amazonense do Comando Vermelho, participasse em Brasília de um encontro do Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (CNPCT).

Valadares alega no requerimento que a responsabilidade sobre o pagamento dessas despesas cabe ao ministro e afirma que ele colocou o ‘aparato estatal à disposição de indivíduo umbilicalmente ligado ao tráfico de drogas’. O deputado do União Brasil descreve ainda que o fato ‘evidencia cumplicidade escandalosa das altas esferas da administração federal com o crime organizado’. O presidente da Câmara, Arthur Lira, ainda não se pronunciou sobre o requerimento protocolado.

Luciane Barbosa Faria no centro da polêmica

Casada com ‘Tio Patinhas’, líder do Comando Vermelho no Amazonas, Luciane Barbosa Faria se tornou centro de um escândalo que envolve os ministérios dos Direitos Humanos e da Justiça e Segurança Pública. Na segunda-feira (13), o Estadão revelou que os secretários de Assuntos Legislativos, Elias Vaz, e Políticas Penais, Rafael Velasco, estiveram em duas audiências das quais a mulher participou, no Palácio da Justiça. Pouco depois, foi noticiado ainda que Luciane participou de um evento organizado pelo comitê de prevenção e combate à tortura, em Brasília, com despesas custeadas pelos Direitos Humanos.

À imprensa, Vaz admitiu ter errado ao não conferir as identidades dos participantes da audiência realizada em seu gabinete, onde Luciane esteve. Ele também afirmou desconhecer a relação da mulher, que lidera uma organização de apoio às famílias de pessoas privadas de liberdade, com o crime organizado.

Em relação ao pagamento das passagens e diárias para Luciane, o Ministério dos Direitos Humanos justificou em nota que os participantes do encontro foram indicados pelos comitês regionais. A pasta argumentou também que todos os participantes tiveram as despesas custeadas.

 

Fonte: Itatiaia

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