O Governo de Minas Gerais e a Província de Yamanashi assinaram, nesta quarta-feira (15/11), um novo memorando de entendimento entre as duas regiões, no qual será ampliada a contribuição entre mineiros e japoneses na promoção de intercâmbio de tecnologias e culturas, em especial nos temas relacionados à transição energética. A assinatura ocorreu na cidade de Kofu, durante missão oficial do Estado.

Essa é mais uma ação do Governo de Minas que visa reduzir as emissões dos gases do efeito estufa, que causam o aquecimento global. Minas Gerais tem passado por uma onde de calor com recordes de temperaturas e especialistas apontam a emissão de CO2 na atmosfera como uma das principais causas para o clima extremo.

Esse é o irmanamento mais antigo vigente entre Minas Gerais e outras regiões em todo o mundo, completando 50 anos em 2023. Desde então, as duas regiões têm promovido ações que geram benefícios em diversas áreas. Minas é o único estado-irmão de Yamanashi na América Latina e Caribe.

Transformação verde

Com a assinatura do documento, fica estabelecido que serão realizadas iniciativas que busquem a cooperação e trabalho mútuo promovendo o uso de energias renováveis, como o hidrogênio verde, por exemplo.

O governo de Yamanashi apresentou as instalações da P2G, empresa que está produzindo hidrogênio verde a partir da geração de energia fotovoltaica. Um dos entraves para produzir hidrogênio verde é o alto custo com a energia necessária para produção. Com uso dos painéis solares, esse custo é reduzido tornando mais sustentável a produção desse tipo de combustível que tem uma capacidade muito maior de geração elétrica sem gerar nenhuma emissão de CO2 nesse processo.

“Como somos os maiores produtores de energia solar do Brasil, com 7 gigawatts e uma capacidade de chegarmos a 30 gigawatts temos um cenário ideal para desenvolvermos essa tecnologia. Graças ao nosso sol, e agora, também, ao Lítio do Vale do Jequitinhonha, essencial para produção de baterias elétricas, somos talvez estado no mundo com as melhores condições nesse momento de transição energética. Já temos hoje nossa matriz quase que 100% limpa e podemos ajudar o mundo a seguir os nossos passos rumo a descarbonização”, afirma o governador de Minas Gerais, Romeu Zema.

O hidrogênio verde pode ajudar a substituir o gás natural utilizado em algumas indústrias para gerar energia. O processo de produção com energia solar também pode melhorar a eficiência da rede fotovoltaica fazendo um sistema misto.

Nos momentos de muito sol, o excedente de energia é utilizado para produzir hidrogênio verde que possibilita armazenamento. Já quando há uma sequência de dias nublados, o hidrogênio verde é utilizado como combustível para manter os níveis de produção de eletricidade.

Minas Gerais já tem em seu portfólio ações que visam uma transição energética para fontes limpas. Dentre elas, a instalação de uma fábrica de geradores de hidrogênio verde, cuja pedra fundamental foi lançada em março de 2023. O empreendimento é do grupo alemão Neuman & Esser (NEA) e tem o apoio da Invest Minas.

O recurso investido pelo capital privado é estimado em R$ 70 milhões e pode gerar cerca de 75 empregos diretos. Além disso, o Estado começou a exportar lítio, mineral fundamental para produção de baterias elétricas. As empresas já instaladas no Vale do Lítio estão investindo R$ 5 bilhões, com 10 mil empregos criados.

Além do governador Romeu Zema e do governador de Yamanashi, Kotaro Nagasaki, também assinam o novo memorando o secretário-chefe de Estado da Casa Civil, Marcelo Aro, e o cônsul do Japão no Rio de Janeiro, Ken Hashiba. Em agosto de 2023, uma comitiva da província de Yamanashi visitou Minas Gerais e também assinou um acordo de cooperação entre os entes.

Fonte: Agência Minas