Cruzeiro comemora aniversário em temporada que tem escrita de meio século para defender

O Cruzeiro completa 103 anos nesta terça-feira (2) num ano em que terá o desafio de manter uma escrita, pois venceu todas as edições do Campeonato Mineiro, na Era Mineirão, nos anos terminados em quatro.

A última vez que a Raposa não venceu o Estadual num ano terminado em quatro foi em 1964, quando o Siderúrgica, de Sabará, levantou a taça, naquele que foi o último Campeonato Mineiro antes da inauguração do Gigante da Pampulha, que teve o primeiro jogo em 5 de setembro de 1965.

Apenas na décima temporada do Mineirão, em 1974, começou essa escrita celeste. E ela prosseguiu em 1984, 1994, 2004 e 2014, sempre com conquistas especiais para a gente cruzeirense.

1974

O Cruzeiro já tinha vencido sete das nove edições do Campeonato Mineiro disputados no Mineirão. O torneio de 1974 foi decidido num octogonal em turno e returno e os cruzeirenses chegaram à última rodada com os mesmos 23 pontos do Atlético. Assim, quem vencesse levantaria a taça.

Naquele 15 de dezembro de 1974, quem sobrou em campo foi Joãozinho. E ele garantiu o tricampeonato em sequência para o Cruzeiro, pois além de uma grande exibição, marcou o primeiro gol e deu assistência para o lateral-esquerdo Vanderlei marcar o segundo, numa vitória por 2 a 1 com 109.363 pagantes no Gigante da Pampulha.

1984

O Atlético tinha a maior sequência de títulos da Era do Profissionalismo, iniciada em 1933, pois era hexacampeão com uma sequência iniciada em 1978. O Cruzeiro, que já tinha vencido o turno do Estadual de 1984, superando o América na decisão, se classificou também para a decisão do returno, contra o Galo.

Pelo regulamento, se um clube vencesse o primeiro e segundo turnos seria campeão de forma direta. Apesar de ser claro nesse aspecto, o documento permitia dupla interpretação quando tratava dos critérios de desempate da final das etapas, pois dizia que o time com melhor campanha jogaria por dois resultados iguais, sem mencionar o saldo de gols.

O Atlético tinha feito a melhor campanha do returno, mas no primeiro jogo da decisão o Cruzeiro aplicou uma goleada de 4 a 0. No segundo, o Galo venceu por 1 a 0 e entendia que era o campeão do returno e que o Estadual precisaria de uma decisão para se decidir o campeão.

Uma batalha jurídica foi travada entre os dois clubes e apenas em 26 de setembro de 1990, quase seis anos após a decisão, o Cruzeiro foi declarado o campeão mineiro de 1984.

1994

No único Campeonato Mineiro disputado por Ronaldo pelo Cruzeiro, o time contava ainda com o veterano Toninho Cerezo, uma das maiores revelações da história do rival, que perdeu a batalha para contratar o jogador, que tinha deixado o São Paulo após brilhar no Morumbi.

O Atlético tinha contratado vários medalhões, montando um time que ficou conhecido como SeleGalo, com nomes como Luiz Carlos Winck, Adilson Batista, Neto, Renato Gaúcho e Gaúcho, entre outros.

O Estadual de 1994 foi disputado no sistema de pontos corridos e comandado por Ronaldo, o Cruzeiro não tomou conhecimento do time de estrelas do rival. Venceu o torneio de forma invicta, marcando dez pontos a mais do que o Atlético e tendo o seu camisa 9 como goleador da competição, com 22 gols.

2004

No primeiro clássico de 2004, no encontro entre os dois rivais após a Tríplice Coroa cruzeirense em 2003, o Atlético venceu por 5 a 3. Logo depois, Vanderlei Luxemburgo brigou com a diretoria e deixou a Toca da Raposa II, mesmo caminho tomado pelo pentacampeão Rivaldo, que durou pouco no clube.

Na decisão, o Galo, que fez melhor campanha, jogava por dois empates ou vitória e derrota pela mesma diferença de gols. E saiu na frente na primeira partida, fazendo 1 a 0, mas com grande atuação de Jussiê e Alex, o Cruzeiro virou o placar para 3 a 1.

No segundo confronto, com a China Azul sendo maior absoluta no Gigante da Pampulha, o Atlético ganhou por 1 a 0, mas o placar foi insuficiente para impedir o bicampeonato em sequência do Cruzeiro.

2014

No ano em que Minas Gerais dominou as competições nacionais, com o Cruzeiro vencendo a Série A do Campeonato Brasileiro, e o Atlético a Copa do Brasil, numa final 100% mineira, pois teve a Raposa como adversária, eles decidiram o Estadual, isso antes dessas grandes conquistas.

Por ter feito melhor campanha, a Raposa jogava por dois empates ou vitória e derrota pela mesma diferença de gols. E impediu o tricampeonato em sequência do rival na única final de Campeonato Mineiro sem gols da história.

A taça foi garantida pelo Cruzeiro com empates sem gol no Independência, em 6 de abril, e no Mineirão, em 13 de abril.

Fonte: Itatiaia

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