“Achamos que é possível construir um bloco de governo que possa dar ao país e ao presidente Lula a estabilidade e a governabilidade com uma base sólida para implementar o que foi contratado pelo povo brasileiro nas urnas no dia 30 de outubro”, informou.

Lopes disse, ainda, que o PT vai iniciar a partir de agora um debate com líderes de 15 partidos que compõem a equipe de transição para construir o “bloco de governabilidade”.

“Hoje pela manhã conversamos com vários líderes dos partidos do conselho politico para iniciarmos esse debate, baseado em uma agenda de trabalho. Nos últimos dias conversamos muito com o presidente Arthur Lira”, completou Lopes, citando a retirada do país do mapa da fome, reforma tributária e a reconstrução do orçamento do programa Farmácia Popular.

Além da garantia de uma base forte no Congresso, o PT busca evitar um erro adotado em 2015, quando confrontou a candidatura do deputado Eduardo Cunha, então no MDB, ao lançar a candidatura de Arlindo Chinaglia (PT). Cunha foi eleito presidente da Casa e abriu processo que culminou no impeachment de Dilma Rousseff em 2016.

Após o período eleitoral, a relação de ambos mudou e Lira foi um dos primeiros políticos a parabenizar Lula pela vitória. Sem conseguir uma base forte, Lula e o PT optaram por compor Lira visando evitar repetir o erro de 2015, quando os petistas lançaram Arlindo Chinaglia para concorrer contra Eduardo Cunha. No mesmo ano em que venceu o petista, Cunha abriu o processo de impeachment contra a então presidente Dilma Rousseff (PT).

Lula x Lira

Eleito presidente da Câmara em 2020, após derrotar o deputado Baleia Rossi (MDB), Arthur Lira foi um dos principais aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) nos últimos dois anos e conduziu a aprovação de projetos importantes no Legislativo, como a redução do ICMS para combustíveis e o aumento do valor do Auxílio-Brasil meses antes da eleição.

A decisão do PT em apoiar Lira é uma mudança na relação entre as duas partes, que chegaram a trocar farpas durante a campanha eleitoral. Lula fez críticas públicas ao orçamento secreto, defendida por Lira como forma de garantir a destinação de emendas pelos parlamentares.

A relação começou a mudar depois que Lira recebeu Lula em sua residência oficial em Brasília, onde ambos trocaram cumprimentos e chegaram a se reunir a portas fechadas.